Os Estados Unidos e o Reino Unido suspenderam as sanções contra o líder da Síria Ahmad al-Sharaa nesta sexta-feira (7), um dia depois do Conselho de Segurança da ONU.
A medida aconteceu às vésperas do encontro de al-Sharaa com o presidente americano Donald Trump na próxima segunda na Casa Branca.
Washington e Londres também suspenderam as sanções contra o ministro do Interior da Síria, Anas Khattab. A União Europeia confirmou que vai fazer o mesmo.
“Essas medidas estão sendo tomadas em reconhecimento ao progresso demonstrado pela liderança síria após a saída de Bashar al-Assad”, afirmou o Departamento de Estado americano. O comunicado citava o trabalho de combate ao narcotráfico, eliminação de armas químicas e promoção da segurança regional.
Ambos os líderes estavam anteriormente sujeitos a sanções financeiras direcionadas ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda.
O Reino Unido suspendeu algumas sanções contra a Síria em abril, enquanto o bloco suspendeu suas sanções econômicas em maio, mas as restrições relacionadas a armas e segurança permanecem em vigor.
“Continuamos comprometidos em apoiar uma transição pacífica e inclusiva, liderada e conduzida pelos sírios, para ajudar a construir um futuro melhor”, disse um porta-voz da Comissão Europeia.
Há meses, Washington vem pressionando o Conselho de Segurança, composto por 15 membros, para que alivie as sanções contra a Síria.
O presidente republicano dos EUA deve se encontrar com Sharaa na Casa Branca nesta segunda-feira, na primeira visita desse tipo feita por um chefe de Estado sírio.
Trump revogou a maior parte das sanções americanas contra a Síria em junho e se encontrou com o líder sírio quando visitou a Arábia Saudita em maio passado.
Desde que assumiu o poder em dezembro passado, Sharaa tem feito uma série de viagens ao exterior enquanto seu governo de transição busca restabelecer os laços da Síria com as potências mundiais que haviam evitado Damasco durante o regime de Assad.
Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohammad al-Julani, tornou-se líder da Síria em janeiro, após as forças insurgentes lideradas pelo Hayat Tahrir al-Sham deporem Assad em uma ofensiva relâmpago.
Após 13 anos de guerra civil, o então ditador da Síria, Bashar al-Assad, foi deposto em dezembro em uma ofensiva relâmpago das forças insurgentes lideradas pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
Anteriormente conhecido como Frente Nusra, o HTS era o braço oficial da Al Qaeda na Síria até romper os laços em 2016. Desde maio de 2014, o grupo está na lista de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
O Conselho de Segurança da ONU suspendeu essas medidas na quinta-feira, citando a ausência de laços ativos entre o HTS e a Al-Qaeda.
Trump anunciou uma grande mudança na política externa dos EUA em maio, quando afirmou que suspenderia as sanções americanas contra a Síria. Naquele momento, o presidente americano afirmou que as medidas cumpriram uma função importante, mas que já era hora de Damasco avançar.
Trump afirmou ter tomado a decisão após discussões com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, cujos governos pressionaram os EUA e países da União Europeia pelo fim das sanções contra a Síria.
Fonte UOL