O júri assumiu a escolha, e o cineasta sul-coreano Hong Sang-soo, que é membro, chegou a dizer que muitos integrantes gostariam que a Palma de Ouro —principal prêmio do festival— fosse entregue ao brasileiro, segundo revela a jornalista Flavia Guerra no Plano Geral desta quarta-feira.
Entendo a decisão do júri e gostei. Já que não iam dar a Palma de Ouro [principal prêmio] para nós, então que dessem esse prêmio muito nobre [de melhor diretor], além do merecido prêmio para o Wagner Moura [de melhor ator]. Flavia Guerra
Na avaliação da jornalista, o filme brasileiro é cheio de camadas e “muito autoral”. “É um filme que só o Kleber teria feito, escrito e dirigido. É um jeito muito dele de enxergar o mundo”, diz ela.
Em sua estreia em Cannes, o filme intrigou por supostas “pistas falsas”. Flavia, no entanto, afirma que as escolhas do diretor são propositais e refletem a insegurança da ditadura brasileira, época em que o filme se passa. “Ele planta essas pistas para ficarem mesmo na nossa cabeça”, afirma.
Além dos dois prêmios oficiais, o filme venceu o Prêmio da Crítica, que é um reconhecimento dado por críticos de cinema no evento. “Foi uma alegria incrível apresentar ‘O Agente Secreto’ da maneira como a gente quis, com cortejo de Carnaval e frevo”, contou Kleber em entrevista ao Plano Geral.
A gente honrou Cannes, que é a maior sessão de cinema do mundo. Kleber Mendonça Filho
Fonte UOL